REPÚBLICA FRACA

Fui cortar cabelo estes dias com minha amiga Larissa, de quem sou cliente há anos. Perguntei a ela sobre as festas do Terreirão Central, ao lado de sua casa. Ela descreveu-me o quão péssima é a qualidade de vida de quem mora por ali.

Com o som das aparelhagens, não é possível assistir à televisão por exemplo, dormir é uma dificuldade, imaginem, tentar dormir com um Rubi tocando ao lado.

É o direito à dignidade da pessoa humana que está em questão, qualidade de vida é uma necessidade intrínseca à existência, o bem estar é indispensável à qualidade de vida.

Duas coisas me chamam a atenção nestas festas que não tem limite de decibéis nem de horário para acabar:

1- É estranho para mim as pessoas verem isso como normal, existem várias casas de festa no centro da cidade que não respeitam os limites de decibéis, e nós consideramos isso normal. Em Porto Alegre, nas casas de show que fui, o som de dentro não era ouvido fora, a casa tinha tratamento de som. Em São Paulo quando não é possível fazer tratamento de som, o produtor da festa paga hotel para aqueles que possam ser afetados pelo som, em nosso caso, ensurdecedor.

2- É estranho para mim  que isso aconteça em uma cidade tão próxima à capital, que possui SEMMA, seccional de polícia, Ministério Público, Bombeiro, batalhão da PM; com todo este aparato estatal, as leis que a própria república, cria não poderiam ser desrespeitadas. Várias leis de meio ambiente proíbem festas com o som fora dos limites legais, a presença do estado é importante para fazer as leis serem cumpridas. 

Se temos todo o aparato estatal, porque não fazemos as leis serem cumpridas?

O não cumprimento das leis é o maior indício da fraqueza de uma república, quando as leis não são cumpridas, o caminho fica aberto para a arbitrariedade.