NO BLOG DO DIEGO SOUSA

Jaraquequara pode se tornar a próxima comunidade Quilombola de Santa Izabel do Pará

Também conhecida como Brasil Novo a comunidade de Jaraquequara esta se organizando e já deu entrada com o pedido de reconhecimento como terra remanesceste de quilombos, podendo se tornar depois de Boa Vista do Itá e Macapazinho a terceira comunidade recnhecida como terra quilombola. Tivemos a oportunidade de estar nesta manhã em uma reunião com a comunidade sobre de que forma avançar neste sentido de ser reconhecida em quanto terra habitada por remanescentes de escravos, o chamados quilombolas, foi uma aula de história e geografia na prática, estiveram presentes como visitantes e colaboradores o Vice-Prefeito Keko, o Professor Paulo que é Secretário da Associação de Moradores do Jardim das Garças (Cohab), a Dirigente do Setorial de combate ao racismo do Partido dos Trabalhadores e representante do movimento Negro do estado do Pará no movimento nacional Nazaré Cruz, além é claro da professora pesquisadora Minervina Souza que foi uma das articuladoras da reunião que teve como intuito acelerar o processo de reconhecimento de Jaraquequara como terra Quilombola.
Visitamos o Cemitério antigo que guarda lapides de pedra bruta, acompanhamos o levantamento cadastral do perfil do habitantes de lá e para nossa surpresa o Presidente da comunidade no mostrou peças encontradas em uma escavação feita pelos próprios moradores do local que encontrou objetos antigos que muito provavelmente foram usados pelos homens brancos da casa grande, vejam as fotos:
 Na foto Nazaré Cruz, O presidente da Associação de Moradores Quilombolas de Jaraquequara, Professor Paulo AMOJAB, a Professora Minervina Souza e  Blgueiro Diego Sousa.

Vice-Prefeito Keko na abertura da reunião
 Nazaré Cruz falando sobre políticas públicas do governo federal especificas para comunidades Quilombolas
O presidente da comunidade muito emocionado fazendo a retrospectiva do que passou até aquele momento na luta pelo reconhecimento de sua comunidade em quanto Quilombola
 Este garrafa de barro foi achada pelos nativos e diz a gravura nela feita que a peça é Holandesa, da capital Amisterdan

 Cachimbo provavelmente de algum senhor de engenho da época
 Faca de Bronze maciço com algumas escrituras gravadas, mas muito apagadas (também de algum senhor de engenho)

Aqui todos os presentes na reunião após o almoço

Viva as negras e os negros guerreiros que construiram nossa terra com muita luta, sangue e alguns com a própria vida, nossa sociedade tem uma divida imensa com seus decendentes, farei mais pulicações a respeito, pois o assunto não esgotou aqui.
COMENTÁRIO DO BLOG
Há uma inconsistência teórica e/ou histórica nesta postagem do Diego. Ele afirma que "provavelmete" alguns artefatos culturais encontrados na comunidade são de senhor de engenho como o cachimbo e o terçado, entrementes, se são artefatos que pertencem a senhor de engenho, como estas terras podem ser quilombolas?
Conversei com o presidente da comunidade sobre isso. Pelo que ele me disse, eu concluo que os artefatos achados são provas do intercâmbio existente entre o quilombo e a sociedade branca oficial como mecanismo de sobrevivência da comunidade.
Não podem ser evidências da presença do senhorio de engenho, de forma alguma, na minha humilde opinião de leigo.
Recebi o convite do presidente da comunidade para visitá-la, levarei comigo algumas pessoas para me ajudarem a prescrutar um quadro social e econômico da comunidade à época de quilombo. Pelo que pude perceber, os artefatos indicam uma intensa movimentação econômica dos quilombolas com não quilombolas, havia contato, o que não é tão comum em outras experiências quilombolas, pois via de regra o quilombo era um esconderijo, quanto menos contato como o mundo exterior mais seguro era, obviamente. Talvez as evidências demonstrem que a especulação do professor Franciel sobre a escravidão na região do alto e baixo caraparu esteja correta. Nessa região a escravidão não foi tão severa como em outros recantos do país.
Palmares e outros quilombos foram perseguidos e destruídos. Em nossa região, a existência de quilombos tão próximos a Belém indicam uma certa tolerância do poder local com a existência de quilombos que parecem ter tido influência econômica na região quer como mercado consumidor quer como mercado abastecedor, talvez disso derive a tolerância, pela função sócio econômica que desenvolviam.
Bom, o que digo é só especulação, são indagações iniciais para darem um rumo à pesquisa.