Reporta o ‘Congresso em Foco” que o procurador Regional da
República no Rio Grande do Sul Manoel Pastana, protocolou hoje (29) uma
representação contra o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, um dos mais
caros advogados do Brasil.
> Com que dinheiro?
Argumentado que as declarações de renda de Cachoeira não
apresentam lastro para pagamento de R$ 15 milhões de honorários e considerando
que todos os bens e contas bancárias do “empresário de jogos” estão bloqueados,
Pastana sugere que o valor pode se estar amealhando de fontes ilícitas.
Os fatos indicam, discorre o procurador, que Bastos cometeu ou
está prestes a cometer um crime, podendo mesmo ser preso, pois a “prisão em
flagrante é possível, caso o advogado seja pego recebendo os recursos oriundos
de condutas ilícitas praticadas por Cachoeira”.
> Requerida a quebra de sigilo bancário e fiscal de
Bastos
Para instruir uma possível ação penal por lavagem de dinheiro
ou receptação não intencional de recursos de atividades criminosas, Pastana pede
a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Thomaz Bastos e informações ao
Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) sobre eventuais movimentações ilegais
de dinheiro do exterior.
> O Brasil ensaia mostrar a cara?
É fato que Thomaz Bastos não aceitaria o “Caso Cachoeira” por
um valor inferior à casa dos milhões. É fato que, no caso em tela, advogado
algum começaria a trabalhar sem, pelo menos, a metade do contrato pago. Ainda é
vero que, embora não seja eticamente vedado ao advogado defender qualquer
cliente, comete crime o causídico que recebe honorários com valores advindos de
atividade criminosa.
Não creio que o procurador consiga o intento pretendido, pois
Thomaz Bastos é sócio quitado do seletíssimo clube dos atuais senhores da
República, mas Pastana, pelo menos, sugere ao distinto público como se pagam as
mensalidades da comandita.