NO BLOG DO LINO

SEM FUTURO E SEM ALMA

    Quem asistiu pela televisão ontem (29), uma reportagem na cidade de Altamira, onde alguns meninos de rua eram recolhidos a um abrigo, deve ter ficado estarrecido. O documentário dava conta de que os referidos garotos, tinham tentado saquear dois estabelcimento comerciais e foram repelidos pelos seguranças. Porém eles voltavam às altas horas da madrugada e passaram a pixar as paredes das mesmas lojas, quando a polícia foi acionada. Após serem controlados, tinha um de apenas 8 anos, que enfurecido dizia, que se eles fossem levados para a Febem em nossa Capital, eles iam voltar quando completassem 12 anos e se vingar de várias pessoas naquela cidade do interior paraense e repetidas vezes esses os adolecentes só falavam em matar.
     As deprimentes imagens além de chocarem, mostram uma triste realidade nacional e o drama de milhões e milhões de crianças em condição de miséria e total abandono. Dali se formam os futuros bandidos, sem ter uma outra escolha, passam a odiar o seu semelhante e a sociedade como um todo. Deles só se sabe que são vítimas de casais desajustados, cujos pais são alcoolátras, viciados em drogas ou filhos de prostitutas.
    Embora sabendo-se que governos têm se preocupado com o problema, porém as medidas não chegam a satisfazer a crescente demanda.
    Enquanto isso no Congresso, ainda não se sabe se os parlamentares deixarão de receber até o 15º vencimento no ano, que recheia mais ainda os seus ganhos mensais.
    Na outra extremidade, crianças para não morrerem de fome, sem futuro e sem alma, assaltam e até matam, baseados talvez, na lei da sobrevivência  -se é que isto é lei.
    -Até quando ?

COMENTÁRIO DO BLOG

Caro Lino, se abrirmos as páginas de sangue de qualquer jornal, estarão lá, indubtavelmente alguns jovens, rapazes com cara de garotos ainda. Essa evidência não é oriunda de um caso, quando eu lia jornal na década de 90 não era assim. 

 Em minha opinião essa é a geração (seria necessário uma pesquisa da filiação desses rapazes), dos filhos daquelas mães que em meu tempo engravidaram com 12, 13, 15, 16 anos e que sem o pai da criança, sem estrutura familiar, sem condições financeiras, reproduziram um ciclo de miséria.

Sou professor de adolescentes, não tem um ano que eu não tenha uma aluna que engravide ou mais de uma. O ciclo continua ativo, esses garotos do caso descrito pelo Lino, podem ser filhos das filhas daquelas prematuras mães da década de 90.