A MAIOR DE SANTA IZABEL

Limpando meu depósito no fim de semana, achei a minha caixa de jogos de botão... quanta saudade...como o tempo é paulatinamente inexorável. Olhei com carinho para todos os meus times.

Minha coleção de jogo de botão tem mais de 23 anos e mais de 35 times de todo o mundo. Quando eu era criança, minha coleção era a segunda maior da cidade, a maior era a do Roni, o do açougue. Hoje tenho certeza de que a minha é a maior por duas razões: Uma porque ninguém joga mais jogo de botão depois do Play Station; segundo porque o Roni não tem mais a dele.

Guardo meus times até hoje porque tive desde o início uma relação especial com eles. Lembro-me que meu pai me deu dois times, pedi mais a ele, mas ele me disse que eu só precisava de dois para jogar. Ele não entendia que eu queria fazer todos os campeonatos, não só jogar. Por este motivo eu, o meu irmão e um colega da vizinhança tomamos a decisão extrema de vender chope na rua, pegávamos frutas dos quintais dos vizinhos, nem sempre com autorização, e fazíamos os chopes. Foi com a grana do chope que eu comprei todos os meus times. Eles me proporcionaram companhia por vários anos. Eu era uma confederação, fazia quase todos os campeonatos estaduais do Brasil, eu tinha tima para isso, da Tuna Luso ao Flamengo; fazia a Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, Libertadores, Super Liga da Europa, Copa do Mundo, Copa da Europa e Copa América, naquele tempo não existia a Copa das Confederações.

Eu passava o ano todo fazendo esses campeonatos que eu jogava sozinho, quando terminava o campeonato eu botava uma placa de campeão no saco do time campeão e vice, foi uma grande sacada a minha, pois até hoje estão nos sacos, assim eu posso saber quem ganhou o campeonato paraense de 1991 por exemplo.

Além de disputar meus campeonatos sozinho, eu promovia em minha casa um campeonato de futebol de botão com outros moleques da cidade. Quem sempre ganhava era o Roni, ele era o melhor de nós todos, o segundo melhor era o Morte Lenta, hoje Capitão da PM e professor universitário Itamar. Eu era o terceiro melhor, e ficava muito feliz por isso, porque tanto o Roni quanto o Itamar jogavam muito, era um prazer e um desafio jogar contra eles, quando acontecia de eu ganhar um jogo deles, a festa era grande, eu saía correndo, pulando, gritando , fazia uma algazarra com a minha torcida formada pelo meu irmão e meu vizinho que sempre torciam por mim.

Vou mostrar meus times aqui no blog assim que tirar as fotos que sempre esqueço.