KEEP ME IN MIND

Estou vivenciando uma fase especial de minha vida. Estou muito feliz de viver a vida que tenho, só o que me preocupa é o tempo, já queimei 34 anos de minhas forças vitais e parece que foi ontem.

 Parece que foi ontem, estava com papai, mamãe, com a Tiça, o Ted e mais várias pessoas em uma noite, a beira do Igarapé de Capitão Poço, comendo peixe assado que papai e os outros homens pescavam. Foi tão bom! Uma existência teria valido aquele momento com papai, com mamãe...

 Se não fossem esses 28 anos que me separam desse evento, poderia dizer que estaria no nono céu, estaria em Nirvana.

Há um misto de energia, vitalidade, vontade, objetividade, saudade, possibilidade percorrendo minhas artérias. É algo que brota no encéfalo, percorre a medula espinhal e se espalha tal qual os nervos por todo meu corpo...sinto saudade do que vivi, dos amigos do passado sentados ainda nos bancos da Federal, por onde andam? Gostaria de saber de todos.

O que me consola é que papai disse-me que com o tempo acostumamo-nos, senti isso na fala do Lima Duarte quando despediu-se do Chico. Não lembro ipsis litteris o que ele disse, mas foi algo como : "Adeus amigo, breve estarei contigo!". O Lima falou isso com uma obstinação tranquilizadora. Quero muito que seja assim comigo. Quero muito que a minha vida valha à pena para isso, não quero que minha existência seja ordinária, quero ser lembrado. Quero que meu tatatatatatatraneto saiba quem fui, e mais que isso, sinta orgulho de quem fui. Que minha existência seja paradigma para a dele, neto que não vou conhecer. Que ele busque  a glória, que é o reconhecimento dos outros homens, como meio para viver sua vida.

Se conseguir isso, terei vivido a vida boa, a vida que vale à pena.

Falei tudo isso sobre um aspecto de minha percepção do tempo em mim, para indicar-lhes a audição de uma música da banda Little Joy: Keep me in mind.

Ainda não aprendi postar a música por isso deixo o link aos interessados. Deleitem-se!!! Eu deleito-me sempre.